CCMQ inaugura exposição individual inédita de Carine Wallauer
Quinta-feira, 13 de julho, às 19h, acontece na Casa de Cultura Mario Quintana (CCMQ), na sala Radamés Gnattali (4o andar), a abertura de “A primeira morte acontece no coração”, exposição individual inédita da artista gaúcha Carine Wallauer, com curadoria de Guilherme Thiesen. Radicada em São Paulo, a artista apresenta em Porto Alegre uma mostra que tece uma ode aos aspectos profundos do amor e do destino, completando assim uma trilogia que começou com “Visões elevadas de Eros” e “O vazio é um espelho”.
A relação entre vida e morte, ordem e caos, destinos e trajetos, se evidenciam tanto no processo de produção dos trabalhos quanto nas decisões curatoriais. É uma produção que brota de uma queda e que se remonta a cada fragmento vivido sob as lentes do amor. “Olhamos para essas imagens como parte de um processo que percorre o caminho do luto e das dissoluções do amor”, aponta Thiesen.
Nos trabalhos apresentados em “A primeira morte acontece no coração”, Carine utiliza como técnica a colorização manual das fotografias, onde aplica sobre os frames camadas de aquarela. Nas palavras da artista: “Parto de fotografias em preto branco – como memórias que em seu próprio tempo se despedem – e atualizo esse encontro com novas cores, ora buscando uma aproximação realista, ora expandindo para camadas mais subjetivas”, discorre. A exposição reúne obras que representam, através de diferentes tempos, a ideia de uma perspectiva sobre a relação do amor e suas diversas intempéries.
A exposição fica aberta para visitação do público até 10 de setembro, de terça a domingo, das 10h às 20h.
A CCMQ é uma instituição vinculada à Secretaria de Estado da Cultura (Sedac) e tem o patrocínio do Banrisul.
Serviço
A primeira morte acontece no coração
Abertura: 13 de julho, quinta-feira
Horário: 18h
Local: Casa de Cultura Mario Quintana, Sala Radamés Gnatalli (Rua dos Andradas, 736 – Centro Histórico, 4o andar)
Visitação: até 10/09, terça à sexta, das 10h às 20h.
Sobre a artista
A produção artística de Carine Wallauer transita entre a técnica e a experimentação com imagens e está presente em plataformas digitais e publicações impressas respeitadas internacionalmente. Participou de exposições coletivas em galerias da Itália, Canadá, Turquia e EUA, além de individuais no Brasil. Seu trabalho integra a coleção de Joaquim Paiva e está presente nos acervos do MAM – Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e do MAC – Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul.
Publicou dois fotolivros, Visões elevadas de eros e O vazio é um espelho – ambos com tiragens esgotadas e que fazem parte do acervo da Biblioteca do IMS – Instituto Moreira Salles, em São Paulo. Como diretora e diretora de fotografia tem contribuído em diversos projetos de ficção e documentário, sendo indicada e premiada em importantes festivais.
Além de colaborar em projetos de outros cineastas, desde 2020 se dedica ao seu primeiro longa como roteirista e diretora. O documentário, chamado Copan, é uma coprodução Brasil/Holanda/França. Também com Copan, Wallauer foi selecionada para participar de laboratórios de desenvolvimento dentro de dois dos mais conceituados festivais de cinema do mundo: Berlinale – Festival Internacional de Cinema de Berlim e IDFA – Festival Internacional de Documentários de Amsterdã.
Texto do curador
(…) A nossa despedida ainda será talhada em madeira.
Da mais profunda escuridão ao mais luminoso éter, é quase sempre de forma solitária que percorremos ditos tempos, substancialmente como quem traça um plano de fuga.
Ancorando-se assim no mais minucioso mapa, a bússola que nos lança a isso nada mais é que toda essa rede de terminações nervosas – os processos metabólicos do que chamamos de vida – até o que tentamos entender como sorte.
Das pequenas às grandes travessias, o coração do viajante que se lança nesse desconhecido tem a chance de se refazer.
Dentre todos os enigmas do destino, temos como certo que a primeira morte acontece no coração.
Guilherme Thiesen
Curador
Publicado: 07/07/2023