CCMQ recebe a exposição “Fitas amarradas no ventilador para traçar o vento”
A Casa de Cultura Mario Quintana (CCMQ), instituição vinculada à Secretaria de Estado da Cultura (Sedac), apresenta a partir da próxima quinta-feira, 2 de março, a mostra “Fitas amarradas no ventilador para traçar o vento”. Com curadoria de Marina Feldens, a exposição coletiva apresenta trabalhos assinados pelas artistas Ana Paula Bertoldi, Caru Brandi, Denu, Laura Moreira e Vitt, em diferentes linguagens, entre instalações, pintura e linoleogravura. A mostra ocupará o espaço Maria Lídia Magliani, no 5º andar da CCMQ.
O título da exposição tem origem na prática popular de amarrar fitas no ventilador para evitar que as crianças se aproximem e se machuquem. A expressão remete ao calor do verão e ao colorido vivo das memórias afetivas – sejam essas passadas ou presentes, oníricas ou sensoriais. Nas palavras da curadora Marina Feldens, “Essa exposição reflete uma montagem convidativa, curiosa e intuitiva. Para acessá-la é necessário se afastar e se aproximar, uma espécie de jogo pronto para ser jogado”.
A abertura de “Fitas amarradas no ventilador para traçar o vento” tem início às 18h, no Jardim Lutzenberger, com a performance de Baby Cruel e set da DJ Turva. Baby Cruel é o nome artístico de Endy Ribeiro, mulher trans preta vinculada à cena ballroom, filha da House de Unique e residente na festa Coletivo tttttt. Tatiane Mendes se apresenta como DJ Turva, é membro do Coletivo Turmalina e pesquisa música eletrônica desde 2017. Seu trabalho é influenciado pelo hip hop, drum n’ bass, jungle, ghetto tech e brasilidades.
Exposição: “Fitas amarradas no ventilador para traçar o vento”
Abertura: 02 de março, quinta-feira | 18h
Visitação: de terça a domingo, das 10h às 20h – entrada franca
Onde: Espaço Maria Lídia Magliani | 5º andar da CCMQ | Prédio Gasômetro
Imagem por: Denu.
Sobre a curadora:
Marina Feldens é pesquisadora multidisciplinar em artes visuais, atua como arte-educadora, produtora e curadora. Seus projetos refletem o processo artístico como finalidade e a acessibilidade como construção de espaços de confiança. Trabalhou como arte-educadora na Fundação Iberê. Curadora e produtora da ocupação, residência e exposição As coisas que são ditas antes (2019) na Casa Baka, Destaque em Exposição Coletiva no XIII Prêmio Açorianos de Artes Plásticas. Em 2021, publicou pela CAV PoA o artigo “Mediação cultural como dispositivo de cura coletiva” junto de Gabi Faryas. Foi parte da equipe de produção da 13ª Bienal do Mercosul ao longo de 2022. Atualmente trabalha na curadoria e produção da Galeria Gazzebo.
Sobre es artistas participantes:
Ana Paula Bertoldi (Três Coroas, RS) é artista multidisciplinar, produtora e educadora, graduada em artes visuais na UCS. Investiga as dinâmicas de corpo-espaço, refletindo sobre as margens entre comportamento, lembrança e desordem dos territórios sensíveis. Em 2021, sua trajetória foi contemplada pelo prêmio Mestra Sirley Amaro. Atualmente integra a equipe da Galeria Gazzebo em Porto Alegre.
Caru Brandi (Porto Alegre, RS) trabalha com diversas linguagens das artes, dentre elas a cerâmica e a pintura. Seu trabalho criativo reflete sua vivência como corpo-ação trans, ao trazer representações e celebrações do universo transmasculino e não-binário AFAB. O artista também tece investigação sobre a ideia do monstr0 e do diabólic0, ao procurar inverter e brincar com a ideia de quais corpos são compreendidos como humanos e não-humanos.
Denu (Porto Alegre, RS) é artista autodidata, com trabalho centrado na criação de arte digital e 3D, misturando conhecimentos de animação, videomaking, design e síntese sonora adquiridos ao longo da sua prática artística. Denu tensiona a criação de um imaginário onde organismos e tecnologia crescem simultaneamente em conflito e sem limitações, como dualidades distintas que vão se intersectando. É não-binário e um dos colaboradores do @MuthaBrasil, o primeiro Museu Transgênero de História e Arte do Brasil e da América Latina.
Laura Moreira (Rio de Janeiro, RJ) é professora e artista visual. Graduada em Letras pela UFRGS, integrou o coletivo Vôo da Pomba: laboratório de experimentação de performance e dança nas cidades, atuante em Porto Alegre. Participou da primeira residência artística do “FestFoto”. Em 2020, integrou o “Formas de la Idea”, grupo de estudos virtual de artistas e publicadores da América Latina. Em 2021, integrou a exposição de mesmo nome, no Museo Nacional del Grabado (Buenos Aires, AR).
Vitória Coutinho (Osório, RS) assina suas obras com a tag Vitt. A artista trabalha há aproximadamente três anos fazendo personalização em roupas, telas e vandal pelas ruas. Nas palavras de Vitt: “Vivo pela arte enquanto não vivo dela, pensar em fazer ambos é meu ritmo pra vida”.
Imagem por: Thiago Coelho, obra de Laura Moreira.
Publicado: 24/02/2023